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 Tus escritos: Quando foi escrita a carta de 2-II-1945?.- Xuxu

115. Aspectos históricos
Xuxu :

Os autores da Opus Dei dizem que Escrivá escreveu milhares de cartas ([1], p. 288), das quais poucas foram publicadas. E costumam citar trechos de algumas cartas sem indicar destinatário, fazendo supor que foram dirigidas aos sócios da Opus Dei, num ensino que se difundiu em conversas e reuniões internas. Até o papa citou na homilia de beatificação um fragmento breve de uma dessas cartas.

Num fragmento breve pode não ser nítido se a intenção foi dar uma doutrina ou um encorajamento, se o sentido é literal ou figurado. Mas há casos melhor caracterizados. Assim a carta de 2-II-1945, que os autores da Opus Dei invocam para afirmar que Escrivá foi precursor do Concílio Vaticano II. Pela sua data, essa carta seria a Sacerdotes iam, uma das cartas fundacionales explicadas por Oráculo. Em 1969 Álvaro del Portillo publicou um fragmento dela em seu livro Fieles y Laicos en la Iglesia [2]...



 

Já no ano de 1945, Mons. J. Escrivá de Balaguer, uma das figuras precursoras do Concílio Vaticano II, punha vigorosamente de manifesto estes conceitos com as seguintes palavras: «Devemos considerar ao mesmo tempo, sem as confundir, duas noções fundamentais: por um lado, a noção de estado, que distingue o sacerdote do simples fiel; e por outro, a vocação à santidade, comum a todos os cristãos.»

O estado clerical caracteriza-se por um conjunto de deveres exigidos pela missão específica que, no serviço de Deus, corresponde ao sacerdote, que está chamado em virtude do sacramento da ordem que recebeu, a ajudar os seus irmãos com os serviços próprios do seu ministerium verbi et sacramentorum, do ministério da pregação e dos sacramentos.

O estado laical oferece também um aspecto que lhe é próprio, que vem a ser dentro do Corpo Místico de Cristo o ministério peculiar dos seculares: assumir as suas responsabilidades pessoais na ordem profissional e social, para informar de espírito cristão todas as realidades terrenas, a fim de que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo (1Ped. 4,11).

Mas, sendo diferentes os estados correspondentes ao sacerdote e ao secular - em consequência da diversidade das suas respectivas funções ou ministérios - é neles única e comum a sua condição de cristãos, por terem sido chamados a fazer parte de um só corpo (Colos., 3,15) e porque se lhes aplicam igualmente aquelas palavras de S. Paulo aos Coríntios: Christi bonus odor sumus Deo (II Cor. 2,15), somos o bom odor de Cristo, diante de Deus.

Por exigência da sua comum vocação cristã - como algo exigido pelo único baptismo que receberam - o sacerdote e e o secular devem aspirar, por igual, à santidade, que é uma participação da vida divina (S. Cyrillus Hierosolymitanus, Cathecheses 21,2). Essa santidade, a que são chamados, não é maior no sacerdote do que no secular; porque o leigo não é um cristão de segunda classe. A santidade, tanto no sacerdote como no leigo, não é outra coisa senão a perfeição da vida cristã, a plenitude da filiação divina, pois aos olhos do nosso Pai Deus todos somos filhos de igual condição, qualquer que seja o serviço ou ministério que a cada um se indique: filhos pequenos, a quem - justamente pela sua pequenez - se reservou o Reino dos Céus (Mat. 19,14).» Carta, Madrid, 2-II-1945 ([2], p. 35-36, o parágrafo do meio também se lê em Vázquez de Prada t. 2 p. 671 , na web veja o #91).

Nas biografias de Escrivá existem alguns outros fragmentos. Eles podem ser obtidos no site da Universidade de Navarra [3]. A leitura desses fragmentos sugere que a intenção da carta de 2-II-1945 foi explicar por que a Opus Dei possui membros ordenados. As primeiras ordenações na Opus Dei ocorreram em 1944.

O fragmento acima da carta é bem diferente do livro Caminho, que é de 1939. Escrivá não publicou essa carta, por isso a sua autenticidade tem que ser provada através de outros documentos. Se eles existirem, então a carta indicará que na década de 1940 Escrivá repensou o leigo e a santidade, alinhando-se mais com aquilo que o Concílio ensinaria. Mas se não existirem, então pesarão mais as idéias de Caminho, e a conclusão será que a carta copiou o Concílio, e que foi elaborada na década de 1960, e não em 1945.

I. Por que a carta de 2-II-1945 é diferente de Caminho? há duas inversões muito importantes na passagem de Caminho para a carta. Em ambas, Caminho alinha-se com a mentalidade de seu tempo, enquanto a carta alinha-se com o Concílio:

1. Em relação ao leigo, Caminho orienta-se para o grupo, e a carta orienta-se para a pessoa [4]. O trecho acima da carta repete 7 vezes a palavra leigo (ou secular), e dirige-se para a pessoa do leitor, ao seu entendimento, porque tenta explicar o que é leigo. Assim também o Concílio, que sentiu necessidade de dirigir-se a cada pessoa para expor fundamentos [5]. Caminho por sua vez só usa a palavra leigo uma vez (no ponto 61), e dá por entendido o que seja o leigo, porque situa-se dentro do empenho de sua época que se concentrava na adesão do leigo, um empenho dirigido para o grupo e não para a pessoa, baseado em associações [6] e num ensino por emulação. Ainda que em escala menor, Escrivá também optou pelo grupo e pela emulação, por isso não propôs uma teoria, mas criou casas (cf. Caminho n. 265, 377 nossa formação, 381 espírito de grupo, 469, 982).

2. Em relação a santidade, Caminho orienta-se para o indivíduo, e a carta orienta-se para a Igreja. Antes do Concílio, era mais popular um entendimento individualista da santidade. Isso em parte deve-se a legislação de canonização, que exige a comprovação de virtudes heróicas no cumprimento do dever [7]. Caminho alinha-se com esse entendimento. A santidade, para Caminho, é cumprir o dever (n. 815 "faz o que deves e está no que fazes", cf. n. 11, 359, 983). A carta, por outro lado, em torno do ponto onde cita Cirilo de Jerusalém, entende a santidade do homem como participação da santidade de Deus dentro do Corpo de Cristo, e assim também a constituição Lumen Gentium do Concílio Vaticano II, que explica no n. 39 que Cristo é o único santo, por isso a Igreja é santa, e nela todos são chamados a santidade.

II. Qual documentação poderia apoiar a autenticidade da carta? Publicações em geral como livros, teses, ou artigos, ou características ou práticas institucionais da Opus Dei anteriores ao Concílio (isto é, anteriores a 1962). Mas também pode ocorrer o oposto, isto é, pode acontecer de um documento apoiar a não autenticidade da carta. Exemplos:

1. Eu examinei um exemplar do livro O Valor Divino do Humano de Jesus Urteaga, publicado em Portugal em 1958 (a edição original é de 1948). Ele cita muitos pontos do livro Caminho. E cita até trabalhos de autores da Opus Dei, como um artigo de Panicker na revista Arbor. Mas não menciona nenhuma carta de Escrivá. Se as cartas de Escrivá fizeram parte do seu ensino, por que essa ausência?

2. No prólogo da sétima edição de Caminho, de 1950, Escrivá pede um esforço de disseminação com as palavras "só te quero dizer, amigo leitor, que ponhas em muitas mãos este livro, e assim contagiar-se-á a muitos corações a nossa divina loucura". Mas por que ele faria isso em 1950, se em 1945 o seu pensamento dava mostras de realinhamento no leigo e na santidade, conforme o item I acima?

3. Algumas características institucionais ou pastorais da Opus Dei anteriores ao Concílio são: casas com vida comunitária, existência de membros ordenados, configuração como instituto secular, sacerdotes com uma profissão secular prévia que não praticam mais. Essas características favorecem ou desfavorecem a autenticidade da carta? a relação incerta delas com a vida laical não parece muito favorável para a tese.

III. Independentemente da questão documental tratada acima no item anterior, ainda existem ao menos 3 argumentos contra a autenticidade da carta.

1. A Opus Dei até hoje não publicou a carta de 2-II-1945.

O fato da Opus Dei publicar várias biografias de Escrivá que usam fragmentos de cartas [3], mas não publicar as cartas num epistolário, fortalece a tese de não autenticidade de todas as cartas não publicadas. E no caso de um livro de caráter científico como Fieles y Laicos en la Iglesia, constitui também falha de método. [8]

2. A carta tem três pares de palavras sonantes da Lumen Gentium.

A carta contém ao menos três pares de palavras da Constituição Lumen Gentium, apropriados para compor sínteses doutrinais em frases lapidares. Os pares são: a santidade é perfeição e plenitude, o lugar do leigo é profissão e sociedade, e a missa é centro e raiz. Veja os textos completos em [11]. Parece difícil explicar essa coincidência sem supor que a carta dependa diretamente da Lumen Gentium [12].

3. Escrivá não participou do Concílio.

Se, 17 anos antes do Concílio começar, Escrivá já havia refletido cuidadosamente no leigo, e depurado um ensino e escritos sobre o assunto, então ele precisaria levar essa sua reflexão ao Concílio que debatia essas questões. A sua consciência, nesse caso, indicaria a ele esse dever. Como entender então que ele pudesse ter ido até a Cúria solicitar uma dispensa e, além disso, também recusado ajudar como perito? [13]

Notas e Referências

[1] Constantino Ánchel y Federico M. Requena. San Josemaría Escrivá de Balaguer y el obispo de Ávila, mons. Santos Moro . 2007.

[2] Álvaro del Portillo, Fiéis e Leigos na Igreja, Aster 1971 (o original espanhol é de 1969). Segundo a introdução, esse livro é um parecer elaborado para a reforma do Código de Direito Canônico.

[3] Citas de palabras de san Josemaría en Vázquez de Prada, El Fundador del Opus Dei, tomo I , tomo II , tomo III . Em Álvaro del Portillo, Entrevista , Ana Sastre , Peter Berglar (há mais no site da Universidade de Navarra, além desses).

[4] O livro de Retegui Lo Teologal y lo Institucional é uma reflexão na pessoa e no grupo no contexto da Opus Dei. É uma situação distinta daquela que expus acima em I,1, mas para os leitores familiarizados com Retegui o paralelo pode servir de apoio.

[5] "pretende ela (a Igreja), na sequência dos anteriores Concílios, pôr de manifesto com maior insistência, aos fiéis e a todo o mundo, a sua natureza e missão universal." (Lumen Gentium n. 1). "e os seus fundamentos (do laicato), devido às circunstâncias especiais do nosso tempo, devem ser mais cuidadosamente expostos." (Lumen Gentium n. 30). A opção do Concílio em orientar-se para a pessoa aparece com força na Redemptor Hominis n. 13-14.

[6] A carta pastoral do cardeal Suhard Triunfo ou Declínio da Igreja , de 1947, ajuda a entender aquele período onde a mensagem do Concílio encontrava-se em formação. A Opus Dei publicou essa carta em Portugal no volume Deus, Igreja, Sacerdócio (Aster 1956). "o apostolado moderno, sem esquecer ninguém, deverá alicerçar-se fundamentalmente na classe operária. Em primeiro lugar porque as massas trabalhadoras são, sem dúvida, as que actualmente mais afastadas se encontram da Igreja" p. 80. "É fora de dúvida que uma conversão total se não pode operar sem relações de alma para alma, que pressupõem contactos individuais. Mas isso não basta. É necessário contar com a comunidade e operar sobre ela" p. 81-82. "As comunidades naturais, os lares, os prédios, os quarteirões, as comunidades de trabalho, de diversão, etc, é que devem levar o testemunho e comunicar a mensagem" p. 82.

[7] Baldomero Jiménez Duque, Universal vocación a la santidad en la Iglesia, em Concilio Vaticano II Comentarios a la Constitución sobre la Iglesia, BAC 253, 1966. "Quiere decir que el Concilio plantea el problema de la santidad de los fieles desde una perspectiva rigurosamente eclesial, no individualística, como frecuentemente se ha presentado" (p. 745). "el concepto de virtud heroica que formuló Benedicto XIV aún tiene carácter oficial en la Congregación de Ritos. Aunque, a partir de Benedicto XV, prácticamente, en el fondo, el paradigma que preside los estudios acerca de la vida santa de los siervos de Dios es el de que hayan cumplido con perfección los deberes (los que sean), y esto por caridad y con perseverancia" p. 751.

[8] Cornélio Fabro, que foi perito conciliar, fez em 1992 um elogio retumbante de Escrivá, onde inclusive valorizou os escritos inéditos. Entretanto ele se propôs examinar apenas os livros publicados [9]. É porque o pesquisador não investe tempo num material incompleto e inseguro. Também Armando Bandera em 1984 elogiou Escrivá, mas não explicou nem usou nenhum escrito além de Caminho [10].

[9] Cornelio Fabro, El temple de un padre de la Iglesia, Rialp 2002. ISBN 9788432134074. "para una visión completa de su personalidad eclesial (de Escrivá) deben considerarse adecuadamente muchos de sus escritos todavía inéditos" p. 14. "nos proponemos aquí tomar en consideración tan solo las obras ascéticas (de Escrivá) editadas como libros" p. 15-16.

[10] Armando Bandera, La Vida Religiosa en el Misterio de la Iglesia, BAC 456, 1984. ISBN 8422011646. "Si no me engaño, ha sido él (Escrivá) quien mejor captó el valor santificante de la secularidad pura y escueta" p. 210. "además de fundar una Obra que todo el mundo conoce, es autor de varios libros. El primero y más difundido lleva el título de Camino (em seguida ele explica esse livro, mas nenhum outro)" p. 210.

[11] A carta diz "a perfeição da vida cristã, a plenitude da filiação divina" e a constituição "chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade", Lumen Gentium 40. A carta diz "ordem profissional e social", e a constituição "em toda e qualquer ocupação e actividade terrena, e nas condições ordinárias da vida familiar e social", Lumen Gentium 31. A carta diz "a raiz e o centro" , e a constituição "fonte e centro" (ou "fonte e ápice"), Lumen Gentium n. 11. Em relação a esse último texto, os autores da Opus Dei costumam referir Presbyterorum Ordinis 14, que escreveu "centro e raiz". Há outras variantes dessa expressão nos autores franceses, esse assunto tem muitos detalhes, por isso deixarei para falar dele noutra vez.

[12] Não se pode inverter o argumento, e afirmar que a Lumen Gentium copiou a carta? Não. A Lumen Gentium foi redigida na comissão teológica, e lá não havia influência da Opus Dei, como ocorreu na Presbyterorum Ordinis. A outra via para Escrivá entrar na Lumen Gentium, além da redação, teriam sido as intervenções e os votos modificadores dos padres conciliares. Mas isso teria sido muito difícil, porque o Concílio teve uns 2800 padres conciliares, e só dois eram da Opus Dei (Pioppi [14] p. 167). Se ainda assim alguém quiser defender que a Lumen Gentium dependeu de Escrivá, então deverá percorrer a documentação da redação, das intervenções e dos votos, e indicar em que ponto isso ocorreu, e por mão de quem.

[13] Essa é a versão de Álvaro del Portillo (cf. Pioppi [14] p. 166 nota 2 e p. 168 nota 7), segundo a qual Escrivá declinou de participar do Concílio pelas razões de inconveniência que ele aponta. Para ponderar esse episódio difícil de entender, é necessário saber que o Concílio é uma convocação do papa. João XXIII ordenou que participassem do Concílio todos os que tivessem o direito e o dever de nele intervir (veja o final da Constituição Apostólica Humanae Salutis).

[14] Carlo Pioppi, Alcuni incontri di san Josemaría Escrivá con personalità ecclesiastiche durante gli anni del Concilio Vaticano II , 2011.




Publicado el Friday, 09 October 2015



 
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