Bienvenido a Opuslibros
Inicio - Buscar - Envíos - Temas - Enlaces - Tu cuenta - Libros silenciados - Documentos Internos

     Opuslibros
¡Gracias a Dios, nos fuimos
Ir a la web 'clásica'

· FAQ
· Quienes somos
· La trampa de la vocación
· Contacta con nosotros si...
· Si quieres ayudar económicamente...
· Política de cookies

     Ayuda a Opuslibros

Si quieres colaborar económicamente para el mantenimiento de Opuslibros, puedes hacerlo

desde aquí


     Cookies
Utilizamos cookies propias y de terceros para obtener datos estadísticos de la navegación de nuestros usuarios y mejorar nuestros servicios. Si continúa navegando, consideramos que acepta su uso. Puede obtener más información aquí

     Principal
· Home
· Archivo por fecha
· Buscar
· Enlaces Web
· Envíos (para publicar)
· Login/Logout
· Ver por Temas

     Login
Nickname

Password

Registrate aquí. De forma anónima puedes leerlo todo. Para enviar escritos o correos para publicar, debes registrarte con un apodo, con tus iniciales o con tu nombre.

     Webs amigas

Opus-Info

NOPUS DEI (USA)

ODAN (USA)

Blog de Ana Azanza

Blog de Maripaz

OpusLibre-Français

OpusFrei-Deutsch


 Tus escritos: Como a Obra faz sofrer as famílias (I).- Marypt

030. Adolescentes y jóvenes
Marypt :

Dedicação do texto

Recentemente surgiram diversas razões que me levam a voltar a escrever na web sobre a minha experiência de supranumerária no O.D.:

  • Antes de mais, o diálogo que tenho mantido por email com Jacinto Choza que constitui para mim uma oportunidade muito especial de reflectir e aprofundar os grandes temas da vida;
  • Depois, o facto de, através de "opuslibros" ter reencontrado uma antiga amiga que vive noutro país e que deixou a Obra após muito sofrimento;
  • Por fim, a tomada de consciência de que me ajuda continuar ligada à web, apesar de sentir sem qualquer dúvida que todos os defeitos que encontro na Obra em nada afectam a fé cristã, o amor à Igreja e ao Papa que se mantêm intactos dentro de mim (ver texto de 26 de Janeiro de 2005).

Assim, queria dedicar este meu texto aos meus amigos Jacinto Choza e Tlin.

[Continuación del texto y traducción al español]



E, ao escrever, acompanho hoje, dia 25 de Fevereiro, o sofrimento do nosso querido Papa João Paulo II, internado na Clínica Gemelli. O meu pensamento e o meu coração estão dirigidos para esse hospital de Roma, para a pessoa de Karol Woytila, dom maravilhoso que Deus deu à Sua Igreja há quase três décadas. Que a protecção de Maria, Nossa Mãe, acompanhe o Santo Padre, que a Ela confiou sempre a sua vida.

 

I - O sofrimento das família

1. Em muitos testemunhos de numerárias e numerários faz-se referência ao sofrimento que o afastamento das famílias causou aos pais e irmãos. Queria aqui referir-me a esse sofrimento, mas na perspectiva da "família que é abandonada". Na verdade, vivi intensamente essa situação por causa da minha irmã numerária e assisti ao que se passou em muitas outras famílias nas quais "apitaram" um ou mais filhos numerários.

Foram anos muito difíceis… Havia muitos adolescentes e jovens como eu que frequentávamos os clubes da Obra que se destinavam a estudantes do ensino secundário dos 10 aos 17 anos. Gostávamos do ambiente que aí encontrávamos, em especial do facto de se cantar e tocar viola a toda a hora. E gostávamos dos passeios que se faziam, dos convívios fora da cidade, da atenção das "monitoras" mais velhas…

E, a pouco e pouco, íamos sendo "pescadas" nessa rede… Para mim, começou com uma amiga de infância que depois de ter feito 14 anos se tornou um pouco estranha, porque já não falava à vontade connosco, nem se ria ou fazia brincadeiras; passava o tempo a ir ao clube, mas não ficava na zona das actividades, passava para lá das portas "proibidas". Deixou de nos acompanhar nos encontros fora do centro, quase não a encontrávamos em casa dos pais e sabíamos que estes estavam zangados pelas atitudes que ela tomava: recusava-se a ir a festas de anos, a visitar os tios e os avós, a acompanhar os pais nas férias, etc.

Esta amiga – a que chamarei Margarida – foi a primeira de muitas que perdi… até hoje, pois continua na Obra e, ainda que conversemos de vez em quando, nunca mais voltámos a ter a intimidade da nossa infância.

Depois, chegou o ano em que também eu e muitas das minhas amigas e colegas de escola que andávamos no clube completámos 14 anos; aquelas que se tornaram supranumerárias continuaram a ser amigas umas das outras. Mas as que apitaram como numerárias passaram "para o lado de lá": sempre vestidas de modo muito formal, sempre atrás das directoras e das numerárias mais velhas, sempre ocupadas com coisas do centro, sempre sem tempo para estudar em conjunto, festejar um aniversário, ir ao cinema… Lá iam quase todos os dias para o centro: de manhã bem cedo, antes das aulas, para irem à missa e à meditação; de tarde para fazerem encargos materiais, como encerar os bancos do oratório ou arrumar os armários dos produtos de limpeza… Não sei quando é que estudavam ou faziam qualquer outra coisa "normal" para os 15 ou 16 anos que tinham.

E, de repente, rebentava um escândalo em alguma família: a Isabel ou a Rita ou a Francisca tinham declarado aos pais que iam viver para o clube!!! Os pais entravam em pânico: Viver no clube?! Mas com quem e porquê? E – só nessa altura – surgia a revelação: pai, mãe, é que eu pertenço ao Opus Dei e comprometi-me a dedicar-me a Deus (através da Obra) para sempre. O pai aos gritos! A mãe a chorar! Os irmãos assustados!

 

2. Assisti a isto na minha própria família porque a minha irmã mais nova foi "pescada" tão cedo que teve de esperar quase um ano para que chegasse aos catorze anos e meio e pudesse "apitar". A vida dela desenrolou-se do seguinte modo:

  • Aos 10 anos estava a começar o ensino secundário e começou a ir pelo clube;
  • Aos 11/12 anos, como já era muito alta de estatura, deixaram-na passar para o grupo das que tinham 13/14 anos e passou a receber a formação religiosa como se tivesse mais dois anos do que aquilo que na realidade tinha;
  • Terá feito o seu primeiro retiro anual (de silêncio absoluto) com 12 anos;
  • E com 13 anos fez o segundo retiro anual e passou a ir a uma retiro mensal e a ter círculos de S. Rafael;
  • Aos 14 anos recém feitos participou na ida a Roma na Páscoa e levaram-nas à tertúlia com o Padre para as pessoas de Casa porque já estava muitíssimo "encaixada";
  • No dia em que fez os 14 anos e meio, lá foi para o centro de manhãzinha… e pronto, comprometeu-se a uma vida de dedicação plena como numerária do Opus Dei, depois deste percurso de tão grande amadurecimento!!!

Da família, só eu sabia o que se passava. Mas que podia fazer se eu prórpria era supranumerária e pouco mais sabia do que ela? Os meus pais viviam numa inocência total considerando que apenas estávamos a receber no clube da Obra uma formação cristã que completava aquilo que vivíamos em casa…

Quando, aos dezasseis anos, a minha irmã declarou aos nossos pais que queria ir viver para o centro, "o mundo desabou": Como era possível que tivesse assumido compromissos sérios sem o conhecimento dos pais? Como pretendia, sendo menor de idade, abandonar a casa dos pais? Como achava que iria sustentar-se se não tinha quaisquer rendimentos? O que ia fazer em termos de estudos se ainda não tinha terminado o ensino secundário? Um sem número de angústias que brotavam dos corações de pais dedicados!

 

3. Ao contrário de muitos outros pais que acabaram por ceder, os nossos pais, ou melhor, a nossa mãe, não cedeu! Começou um novo "calvário":

  • Discussões diárias com a minha irmã, com muito choro de todas as partes;
  • Idas da nossa mãe para falar com a directora do centro, com a responsável da assessoria e até com o conselheiro nacional. Os meus pais agitaram todas as águas, incluindo as dos meios eclesiásticos. Os padres diocesanos e até alguns bispos assistiam impotentes às queixas de dezenas de pais que sentiam que os seus filhos estavam a ser "raptados por uma seita".

As situações eram tanto mais dolorosas quanto se passavam no seio de famílias tradicionalmente católicas que, na sua maioria, veriam com bons olhos surgirem vocações "especiais" nos seus filhos! Mas não desta forma: às ocultas dos pais e manipulando a mente simples de adolescentes de 12, 13, 14 ou 15 anos para assumirem compromissos para os quais não estavam minimamente preparadas (e dos quais tinham um conhecimento muito limitado)!

 

4. Foram anos muito difíceis, cheios de contradições dentro das famílias: por vezes um dos filhos dedicava-se ao O.D., enquanto outros se afastavam totalmente da prática religiosa e se metiam em aventuras.

Pessoalmente também sofri e chorei muitíssimo, porque queria ajudar a que as duas partes (pais e irmã) se entendessem. Achava que os meus pais tinham toda a razão quanto à necessidade de a minha irmã crescer e só depois tomar decisões tão drásticas. Mas bem sabia que a tinham "presa" por todos os lados numa rede apertadíssima: aquela que passa pelo controle da mente e da consciência humanas. Ela continuava fisicamente connosco, mas era só uma aparência, porque no seu interior, já não fazia parte da família…

Anos depois, quando ela estava a meio dos seus estudos universitários, os meus pais aceitaram por fim que fosse viver para um centro da Obra (que então já era o Centro de Estudos). Para nós, irmãos, acabou por ser um certo alívio. Pelo menos diminuíram as cenas de conflito, porque – mesmo vivendo em nossa casa – já não queria acompanhar a família em nada: nas férias, nos fins de semana… Todo o tempo, anseios e dedicação pertenciam há muito ao Opus Dei!

Senti sempre que "perdi" a minha irmã no dia em que ela apitou. Não mais voltou a ser a mesma. E tenho uma tristeza profunda pelo facto de não ter sido possível que ela crescesse e se desenvolvesse por si própria, sem a pressão contínua da Obra.

Depois na vida adulta, os conflitos com a família foram-se atenuando, mas ficou sempre uma mágoa e uma interrogação: Porque teria de ser assim? Que direito tinha a Obra de "captar" tão cedo (na prática a partir dos 12 anos) a minha e de "bloquear" a natural evolução de uma adolescente que não teve adolescência, de uma jovem que não teve juventude… Olhando agora para trás, com a perspectiva que me dá a experiência da vida e, sobretudo, a experiência de mãe, posso afirmar que a Obra forçou a minha irmã a passar directamente da infância à idade adulta.

 

5. Os efeitos secundários negativos foram imensos em termos "sociológicos". Os clubes da Obra deixaram de ser vistos como um local normal de formação da juventude e ganharam uma fama terrível nos meios "católicos", passando muitas famílias a afastar os filhos das suas actividades.

Verificou-se um outro fenómeno curioso: numa família de vários irmãos (três, cinco, sete) podiam apitar o primeiro e, eventualmente, o segundo; mas, a partir daí, os demais fugiam da Obra com receio de serem captados como os irmãos!

Ainda hoje é muito elevado o número de famílias em que se deu esta divisão pró e contra a Obra. Divisão que ao fim de dez, vinte ou mais anos, ainda não está sanada…

Alguns desses numerários e numerárias tão jovens não ficaram na Obra muito tempo; julgo, porém, que a maioria continua no O.D. Alguns foram enviados para países distantes (designadamente africanos) para começar o "trabalho"; outros foram ordenados sacerdotes…

Mas sempre se manteve a separação da Obra em relação ao "resto" da Igreja, ao comum dos crentes das paróquias, das actividades sócio-caritativas, etc. Não será exagero afirmar que onde a Obra se encontra presente, há sempre divisão na Igreja

 

II - A contradição nas relações entre irmãos "de sangue" que pertencem à Obra

Siguiente -->

 

EN ESPAÑOL

COMO LA OBRA HACE SUFRIR A LAS FAMILIAS

 

Marypt

 

Dedicatoria del texto

 

Recientemente surgieron diversos testimonios que me llevan a volver a escribir en la web sobre mi experiencia de supernumeraria en el O.D.:

 

·        Antes de nada, el diálogo que mantengo por email con Jacinto Choza constituye para mi una oportunidad muy especial de reflejar y profundizar los grandes temas de mi vida;

·        Después, el hecho de, a través de “opuslibros”, haberme reencontrado con una antigua amiga que vive en otro país y que dejó la Obra después de mucho sufrimiento;

·        Por fin, la toma de conciencia de que me ayuda continuar ligada a la web, a pesar de sentir, sin ninguna duda, que todos los defectos que encuentro en la Obra en nada afectan a mi fe cristiana, a mi amor a la Iglesia y al Papa, que se mantienen intactos dentro de mí (ver texto de 26 de enero de 2005)

Así, quería dedicar este texto a mis amigos Jacinto Choza y Tlin.

Y, al escribir, acompaño hoy, día 25 de febrero, el sufrimiento de nuestro querido Papa Juan Pablo II, internado en la Clínica Gemelli. Mi pensamiento y mi corazón están dirigidos a ese hospital de Roma, para la persona de Karol Woytila, don maravilloso que Dios dio a su Iglesia, hace casi tres décadas. Que la protección de María, Nuestra Madre, acompañe al Santo Padre, que a Ella le confió siempre su vida.

I-  El sufrimiento de las familias.

1.En muchos testimonios de numerarias y numerarios se hace referencia al sufrimiento que el alejamiento de las familias causò a los padres y hermanos. Quería aquí referirme a ese sufrimiento pero en la perspectiva de “la familia que es abandonada”. En verdad viví intensamente esa situación a causa de mi hermana numeraria y asistí a lo que le pasó a otras muchas familias en las que “pitaron” uno o más hijos como numerarios.

Fueron años muy difíciles...  Había muchos adolescentes y jóvenes como yo que frecuentábamos los clubes de la Obra que se destinaban a estudiantes de enseñanza secundaria, de los 10 años a los 17. Nos gustaba el ambiente que encontrábamos allí, en especial el hecho de cantar y tocar la guitarra a todas horas. Y nos gustaban las excursiones que se hacían, las convivencias fuera de la ciudad, la atención de las “monitoras” mayores......

Y, poco a poco, íbamos siendo “pescadas” en esa red...  Par mí, comenzó con una amiga de la infancia que después de haber cumplido 14 años se volvió un poco extraña, porque ya no hablaba libremente con nosotros, ni se reía o hacía bromas; pasaba el tiempo en ir al club, pero no se quedaba en la zona de las actividades, traspasaba las puertas “prohibidas”. Dejó de acompañarnos a los encuentros fuera del centro, casi no la encontrábamos en casa de sus padres y sabíamos que estos estaban enfadados por las actitudes que ella tenía: rechazaba ir a fiestas de aniversarios, a visitar a sus tíos y abuelos, a acompañar a sus padres en las fiestas, etc.

Esta amiga – a la que llamaré Margarita – fue la primera de muchas que perdí...  hasta hoy, pues continúa en la Obra y, aunque conversamos de vez en cuando, nunca más volvimos a tener la intimidad de nuestra infancia.

Después llegó el año en el que también yo y muchas de mis amigas y compañeras de colegio que íbamos al club cumplimos los 14 años; aquellas que se hicieron supernumerarias continuaron siendo amigas unas de otras. Pero las que pitaron de numerarias pasaron “para el lado de allá”: siempre vestidas de modo muy formal, siempre detrás de las directoras y de las numeráis mayores, siempre ocupadas con cosas del centro, siempre sin tiempo para estudiar juntas, festejar un aniversario, ir al cine..... Allí iban casi todos los días al centro: por la mañana muy temprano, antes de las clases, para asistir a la misa y a la meditación; por la tarde para hacer encargos materiales, como encerar los bancos del oratorio o arreglar los armarios de productos de limpieza...  No sé cuándo estudiaban o hacían cualquier otra cosa “normal” para los 15 ó 16 años que tenían.

Y, de repente, saltaba un escándalo en alguna familia: ¡Isabel o Rita o Francisca les decían a sus padres que se iban a vivir al club! A los padres les entraba el pánico: ¿Vivir en el club? Pero ¿con quién y por qué? Y – sólo en ese momento – surgía la revelación: padre, madre, es que yo pertenezco al Opus Dei y me comprometí a dedicarme a Dios (a través de la Obra) para siempre. ¡ El padre gritando! ¡ La madre llorando! ¡Los hermanos asustados!

2.Asistí a esto en mi propia familia porque mi hermana más joven fue “pescada” tan pronto que tuvo que esperar casi un año para llegar a los catorce años y medio y poder “pitar”. Su vida se desarrolló del siguiente modo:

·        A los 10 años estaba comenzando la enseñanza secundaria y empezó a ir por el club;

·        A los 11/12 años, como ya era muy alta de estatura, la dejaron pasar al grupo de las que tenían 13/14 años y pasó a recibir la formación religiosa como si tuviese dos años más de los que en realidad tenía;

·        Hizo su primer retiro anual (de silencio absoluto) con 12 años;

·        Y con 13 hizo su segundo retiro anual y pasó a tener un retiro mensual y círculos de San Rafael;

·        A los 14 años recién cumplidos participó en el viaje a Roma en Pascua y la llevaron a la tertulia con el Padre para personas de Casa porque ya estaba muy “encajada”;

·        El día en que hizo los 14 años y medio, allá fue para el centro muy de mañana..... y listo, se comprometió a una vida de dedicación plena como numeraria del Opus Dei, ¡¡¡después de este recorrido de tan grande maduración!!!

De la familia, sólo yo sabía lo que pasaba. ¿Pero qué podía hacer si yo misma era supernumeraria y poco más sabía yo que ella? Mis padres vivían en una inocencia total considerando que sólo estábamos recibiendo en el club de la Obra una formación cristiana que completaba aquello que vivíamos en casa......

Cuando, a los dieciséis años, mi hermana les dijo a nuestros padres que quería irse a vivir al centro, “el mundo se desplomó”. ¿Cómo era posible que hubiese asumido compromisos serios sin el conocimiento de sus padres? ¿Cómo pretendía, siendo menor de edad, abandonar la casa de sus padres?¿Cómo pensaba que se iba a mantener si no tenía ningunos ingresos? ¿ O qué iba a hacer con sus estudios si aun no había terminado la enseñanza secundaria?     ¡ Un sinnúmero de angustias brotaban de los corazones de unos padres dedicados!

3. Al contrario de muchos otros padres que acabaron por ceder, nuestros padres, o mejor, nuestra madre, ¡no cedió! Comenzó un nuevo “calvario”:

·        Discusiones diarias con mi hermana, con muchos llantos por todas partes;

·        Idas de nuestra madre para hablar con la directora del centro, con la responsable de la asesoría y hasta con el consiliario regional. Mis padres removieron todas las aguas, incluyendo las de los medios eclesiásticos. Sacerdotes diocesanos y hasta algunos obispos asistían impotentes a las quejas de decenas de padres que sentían que sus hijos estaban siendo “raptados por una secta”.

Las situaciones eran tanto más dolorosas cuanto que pasaban en el seno de familias tradicionalmente católicas que, en su mayoría, verían con buenos ojos que surgieran vocaciones “especiales” en sus hijos. Pero no de esta forma: a escondidas de los padres y manipulando las mentes simples de adolescentes de 12, 13, 14 ó 15 años, para asumir compromisos para los cuales no estaban mínimamente preparadas ( ¡y de los cuales tenían un conocimiento muy limitado!)

4. Fueron años muy difíciles, llenos de contradicciones dentro de las familias: a veces uno de los hijos se dedicaba al O.D., mientras otros se apartaban totalmente de la práctica religiosa y se metían en aventuras.

Personalmente también sufrí y lloré muchísimo, porque quería ayudar a que las dos partes (padres y hermana) se entendiesen. Encontraba que mis padres tenían toda la razón en cuanto a la necesidad de mi hermana de crecer y sólo después tomar decisiones tan drásticas. Más bien sabía que la tenían “enganchada” por todos lados en una red apretadísima: aquella que pasa por el control de la mente y de la conciencia humanas. Ella continuaba físicamente con nosotros, pero era sólo una apariencia, porque en su interior ya no era parte de la familia...

Años después, cuando ella estaba en la mitad de sus estudios universitarios, mis padres aceptaron por fin que fuese a vivir a un centro de la Obra (que entonces ya era Centro de Estudios). Para nosotros, hermanos, acabó por ser un cierto alivio. Por lo menos disminuyeron las escenas de discusiones, porque – viviendo en nuestra casa – ya no quería acompañar a la familia en nada: en las fiestas, en los fines de semana... ¡Todo el tiempo, anhelos y dedicación pertenecían hacía mucho tiempo al Opus Dei!

Sentí siempre que “perdí” a mi hermana el día que ella pitó. Nunca más volvió a ser la misma. Y tengo una tristeza profunda por el hecho de no haber sido posible que ella creciese y se desenvolviese por sí misma, sin la presión continua de la Obra.

Después en la vida adulta, los conflictos con la familia se fueron atenuando, pero quedó siempre un dolor y una interrogación: ¿ Por qué tendría que ser así? ¿Qué derecho tenía la Obra de “captar” tan pronto (en la práctica a partir de los 12 años) a mi hermana y de “bloquear” la natural evolución de una adolescente que no tuvo adolescencia, de una joven que no tuvo juventud...   Mirando ahora hacia atrás, con la perspectiva que me da la experiencia de la vida y, sobre todo, la experiencia de madre, puedo afirmar que la Obra forzó a mi hermana a pasar directamente de la infancia a la edad adulta.

5. Los hechos secundarios negativos fueron inmensos en términos “sociológicos”. Los clubes de la Obra dejaron de ser vistos como un lugar normal de formación de la juventud y se ganaron una fama terrible en los medios “católicos”, pasando muchas familias a apartar a sus hijos de sus actividades.

Se verificó otro fenómeno curioso: en una familia de varios hermanos (tres, cinco, siete) podía pitar el primero y, eventualmente, el segundo; pero, a partir de ahí, ¡los demás huían de la Obra con el recelo de ser captados como los hermanos!

Todavía hoy es muy elevado el número de familias en que se dio esta división pro y contra la Obra. División que a la vuelta de diez, veinte o más años, aún no está curada.....

Algunos de esos numerarios y numerarias tan jóvenes no permanecieron en la Obra mucho tiempo; creo, sin embargo, que la mayoría continúa en el O.D. Algunos fueron enviados a países distantes ( fundamentalmente africanos) para comenzar la “labor”; otros fueron ordenados sacerdotes......

Pero siempre se mantuvo la separación de la Obra con relación al “resto” de la Iglesia, al común de los creyentes de las parroquias, de las actividades socio-caritativas, etc. No es exageración afirmar que donde la Obra se encuentra presente, hay siempre división en la Iglesia.

II – La contradicción en las relaciones entre hermanos “de sangre” que pertenecen a la Obra

                                                  Siguiente -->

 




Publicado el Sunday, 27 February 2005



 
     Enlaces Relacionados
· Más Acerca de 030. Adolescentes y jóvenes


Noticia más leída sobre 030. Adolescentes y jóvenes:
Contradicciones en los colegios del Opus Dei.- Satur


     Opciones

 Versión imprimible  Versión imprimible

 Respuestas y referencias a este artículo






Web site powered by PHP-Nuke

All logos and trademarks in this site are property of their respective owner. The comments are property of their posters, all the rest by me

Web site engine code is Copyright © 2003 by PHP-Nuke. All Rights Reserved. PHP-Nuke is Free Software released under the GNU/GPL license.
Página Generada en: 0.127 Segundos