Por que a Opus Dei reinventou a unidade de vida na década de 1950?.- Xuxu
Fecha Monday, 08 February 2016
Tema 115. Aspectos históricos


Num artigo anterior, eu apresentei usos da expressão "unidade de vida" até 1950. A escolha do ano 1950 deveu-se naturalmente ao fato de que em 1950 a expressão "unidade de vida" passou a integrar a história da Opus Dei, através do decreto Primum inter, que aprovou o instituto secular Opus Dei. E ao discutir a expressão "centro e raiz", eu também já mencionei o papel da expressão "unidade de vida" para Portillo durante o Concílio Vaticano II, e na reforma subsequente da Opus Dei (ao invés de ler o meu artigo, pode-se ler o comentário de Gervasio, que é mais direto e inteligível, e também acrescenta uma informação sobre o regulamento de 1941).

Mas e no período que vai de 1950 até o Concílio Vaticano II, o que foi a unidade de vida para a Opus Dei? Comecemos perguntando com qual sentido a expressão "unidade de vida" foi usada na Primum inter. Para responder essa pergunta, primeiro observemos que essa expressão ocorre, no decreto Primum inter, no início da seção IV, que fala do espírito do instituto. Agora examinemos o texto que usa essa expressão. O quadro abaixo apresenta em colunas paralelas o texto em latim, a tradução fornecida pela Opus Dei, e uma tradução literal [1], que eu compus com os significados principais dados pelos dicionários de latim. Para comparação, incluí também o texto correspondente dos estatutos de 1982 da prelazia pessoal Opus Dei, marcando as diferenças relevantes...  



Primum inter 1950 segundo o livro Itinerário Jurídico Tradução da Primum inter segundo o livro Itinerário Jurídico Tradução literal da Primum inter Estatuto de 1982
Instituti aspectus duplex, asceticus et apostolicus, El Instituto presenta un doble aspecto, ascético y apostólico, El aspecto del Instituto es doble, ascético y apostólico, Unde spiritus Operis Dei aspectus duplex, asceticus et apostolicus,
ita sibi adaequate respondet, que se corresponden plenamente, así para sí mismo de manera adecuada responde, ita sibi adaequate respondet,
ac cum charactere saeculari Operis Dei intrinsece et harmonice fusus ac compenetratus est, y que están intrínseca y armónicamente unidos y compenetrados con el carácter secular del Opus Dei, y con el carácter secular del Opus Dei fue intrínseca y armónicamente fundido y compenetrado, ac cum charactere saeculari Operis Dei intrinsece et harmonice fusus ac compenetratus est,
ut de tal manera que siempre de modo que siempre se vea ut
solidam ac simplicem vitae unitatem necessario secum ferre ac inducere impulsa y lleva necesariamente consigo, una sólida y sencilla unidad de vida. necesariamente llevar consigo y inducir la sólida y sencilla unidad de la vida. solidam ac simplicem vitae — asceticae, apostolicae, socialis et professionalis — unitatem necessario secum ferre ac inducere
semper videatur.     semper debeat.

A necessidade de uma tradução literal deve-se aos problemas da tradução da Opus Dei.

  1. Sibi respondet não significa se corresponden, mas responder para si mismo. Ou seja, o "aspecto duplo" é a resposta adequada que o instituto dará para sua própria inquietação interior.
  2. O verbo respondet está no singular, e o seu sujeito é o instituto. Portanto respondet descreve uma obrigação que a Opus Dei tem que cumprir. Essa obrigação desapareceu na tradução, porque ela optou por corresponden, e no plural.
  3. A tradução omitiu o verbo videatur, mas não o advérbio semper, que acabou capturado pelo composto ferre ac inducere (este segundo verbo foi traduzido por impulsa). Além disso, trocou fusus est por están fundidos, alterando o singular para plural, e o tempo perfeito para presente. Essas alterações causam na leitura uma impressão de condição perene e inalterável.
  4. Não existe no texto em latim algo que explicite uma indefinição do modo que fez a tradução através do artigo indefinido una. O problema de admitir essa indefinição é que ela autoriza a opção por um sentido conveniente, dentre os vários possíveis, para a expressão "unidade de vida" [3].
  5. O advérbio adaequate é um neologismo que não tem o sentido de plenamente, como se pode confirmar examinando os sentidos de adaequo, e percorrendo documentos eclesiásticos que empregam adaequate, como por exemplo a Pastores dabo vobis.

A seguir desenvolvo um entendimento do que parece ser a unidade de vida na Primum inter, em coerência com a tradução literal acima, e sustentado com diversas razões. A síntese do que vou dizer é que, na década de 1950, o entendimento natural da unidade de vida para os bispos das dioceses que acolhiam a Opus Dei era o engajamento prático na vida secular diocesana, isto é, a participação nas iniciativas da diocese. Então, a fim de reservar para si os seus recursos materiais e humanos, a Opus Dei passou a apresentar a unidade de vida como uma espécie de espiritualidade, esforço que Portillo retomou no Concílio Vaticano II, e cujo estado mais recente pode ser lido no verbete Unidad de Vida do Diccionario de San Josemaría.

I. Para a Primum inter, a unidade de vida não é espírito nem espiritualidade do instituto, mas um sinal ou fruto necessário desse espírito, e portanto um meio para avaliar os frutos do instituto. As razões são:

  1. O título da seção IV da Primum inter é SPIRITUS INSTITUTI OPUS DEI, que pode ser traduzido por O espírito do instituto é obra de Deus. Ou seja, o espírito do instituto é algo não explicado, porque é um ideal que precisa ser sempre procurado e cultivado novamente, e recebido como dom.
  2. A Primum inter usa o substantivo aspectus, o verbo video, e o substantivo character. Essas três palavras são indicadoras de sinais visíveis daquele espírito invisível inexplicado. Portanto a Primum inter quer indicar vias para avaliar se o instituto possui ou não o seu espírito. Se os sinais indicados não forem visíveis, então é porque o espírito não foi procurado nem cultivado. É apenas a lógica cristã de conhecer a árvore pelos frutos.
  3. Há dois sinais que acusam presença do espírito (e que por isso são também meios para transmiti-lo). O primeiro é que o instituto não pode ter um aspecto apenas ascético, e nem apenas apostólico, mas duplo. E o segundo é que precisa existir uma unidade de vida visível, ideia que vem reforçada pelo ut videatur.
  4. A omissão do verbo videatur na tradução [4] na verdade destaca-o mais ainda, porque confirma que havia um motivo para a Opus Dei recusar esse verbo. E esse motivo só pode ser a discordância com o papel de sinal visível da unidade de vida [5]. Em 1982, Portillo conseguiu trocar o verbo videatur por debeat, como se vê no quadro acima (ver também [14]).
  5. A intenção da tradução ao omitir o videatur, que é desmanchar o aparato avaliador que existe no texto em latim da Primum inter, também se percebe pela tradução ter ligado diretamente o aspecto duplo com a unidade de vida, através do siempre impulsa y lleva. Esse verbo composto, que a tradução flexionou no tempo presente, sugere que a unidade de vida seja uma qualidade permanente que a Opus Dei possui por natureza [6].

II. A Primum inter não define a unidade de vida, e por isso não exclui, mas pressupõe, a dimensão eclesial da unidade de vida, isto é, a unidade com a vida da igreja local diocesana. As razões são:

  1. A Primum inter apenas diz que no instituto Opus Dei terá que ser visível a unidade da vida, sem delimitar o que seja essa unidade. Em 1950, a Opus Dei dependia do bispo diocesano, que portanto tinha que cobrar da Opus Dei os frutos que a Igreja esperasse desse instituto. Como é que esse bispo entendia o compromisso da Opus Dei de manter visível a unidade da vida?
  2. Conforme já expliquei, e ao contrário do que dizem os autores da Opus Dei, a expressão "unidade de vida" não foi inventada por Escrivá, mas foi usada por dezenas de autores desde o século I d.C., e inclusive por manuais de estudos eclesiásticos anteriores a 1950. Portanto em 1950 existiam usos eclesiásticos da expressão unidade de vida, e um documento eclesiástico como a Primum inter naturalmente pressupõe os usos eclesiásticos.
  3. O entendimento espontâneo e natural da unidade de vida é de coerência, simbolizado nos vários usos eclesiásticos onde a unidade de vida significa harmonia do casal (assim o texto que dei do cardeal Zigliara), ou da comunidade religiosa (assim o texto que dei de frei Jerônimo de S. José). E esse entendimento se amplia para a Igreja local, isto é, para as atividades, hábitos e exemplo de vida do pároco, do bispo, dos religiosos e do povo fiel, conforme atesta o discurso de 1866, que também dei, do espanhol Fernando de Castro. E uma vez que isso é o que as pessoas vêem, esse entendimento da unidade de vida como alinhamento com a vida da igreja local [3], está implicado pelo ut videatur da Primum inter.
  4. A fusão com o caráter secular de que fala a Primum inter não deu para a Opus Dei o direito de isolar-se da igreja local, porque a diocese está ela mesma mesclada com o secular. Inclusive o adjetivo secular era (e continua sendo) aplicado aos padres diocesanos que não são membros de ordens religiosas.
  5. O próprio papa Pio XII desenvolveu uma intensa pregação para inúmeras categorias profissionais, dando o exemplo de que existe uma unidade entre a igreja hierárquica e os profissionais no mundo. Foi ele mesmo que criou a figura do instituto secular para desenvolver um apostolado "mais elevado" junto ao século [7], e o primeiro instituto secular foi a Opus Dei. Então o papa não só não excluía, mas provavelmente pressupunha que o instituto secular se mantivesse em sintonia com a igreja local, secundando o que ele mesmo buscou [8].
  6. O discurso do papa Bento XVI de 26 de janeiro de 2012 confirma a dimensão eclesial da unidade de vida ao ensinar que o lugar para encontrar a unidade de vida é a atividade pastoral da Igreja: la unidad de vida recomendada por el documento conciliar Presbyterorum ordinis (cf. n. 14), la cual tiene su expresión visible en la caridad pastoral. Bento XVI remete para Presbyterorum ordinis 14, um texto que ele pessoalmente viu ser apresentado e debatido durante o Concílio Vaticano II, e que agora ele interpreta. É o mesmo texto que a Opus Dei costuma reclamar a seu favor, mas entendendo-o ao seu modo, conforme venho tratando ao longo dos meus artigos.

Por outro lado, o que se viu na Opus Dei na década de 1950 (e também posteriormente), não foi o empenho na unidade de vida visível eclesial. A Opus Dei costuma investir em si mesma, na sua própria consolidação e crescimento. Assim é que vemos na década de 1950 um ponto focal da Opus Dei na Universidade de Navarra, fundada em 1952. Fisac deixou a Opus Dei em 1955, e fala do dinheiro gasto na construção da sede em Roma [10]. Entretanto, os recursos que a universidade demandou certamente foram maiores ainda, com grande impacto nas decisões de governo da Opus Dei (Escrivá deu a sua versão nas polêmicas sobre verbas para a Universidade de Navarra no livro Conversaciones, n. 71 e 83).

E uma dessas decisões de governo parece ter sido a necessidade de reinventar a unidade de vida, para afastar o seu entendimento como vida eclesial, e fornecer um argumento para a Opus Dei reservar para si os seus recursos materiais e humanos [11]. Essa parece ter sido a razão para a Opus Dei propor em 1956 uma definição espiritualizada da unidade de vida [12], conforme detalharei depois, relacionando-a com outros fatos e documentos. A tradução do texto da Primum inter que critiquei acima também foi presumivelmente parte desse esforço defensivo [13]. E como se vê acima no quadro, mesmo ao tornar-se prelazia pessoal, a Opus Dei não recuou dessa autodefesa, porque Portillo conseguiu substituir nos estatutos o verbo videatur, e inserir os sentidos da palavra vita, e dentre eles não se vê o sentido de vida eclesial [14].

Notas e Referências

[1] Para a tradução literal usei o texto latino fornecido pela própria Opus Dei, porque eu não tive outro para comparar e detetar eventuais erros na transcrição do latim, ou na tipografia do livro [2]. A grande semelhança com o estatuto de 1982 (veja o quadro acima) parece apoiar que o texto da Primum inter seja de fato esse que se lê no Itinerário Jurídico [2]. Em relação a erros tipográficos na tradução da Opus Dei, posso acrescentar que Antonio Aranda confirma na edição crítica de Es Cristo que Pasa, ISBN 9788432143175, p. 192, a mesma tradução que se lê no Itinerário Jurídico. Escrivá confirma a opção pelo artigo indefinido, e também o adjetivo simplex, em Es Cristo que Pasa: De este modo el alma se enrecia en una unidad de vida sencilla y fuerte. (n. 10) e mantenemos una unidad de vida, sencilla y fuerte (n. 126).

[2] a dificuldade de se confirmar textos da Opus Dei chega ao ponto de faltar no site do Vaticano a edição de AAS que traz a constituição Ut Sit, como observa Daniel_M.

[3] Como se sabe, no latim não existe o artigo, e por isso uma tradução tem que avaliar se acrescenta o artigo, definido ou indefinido. O fato de, para uma diocese, ser natural entender a unidade de vida como alinhamento com o governo da diocese (cf. Lumen Gentium n. 23 los Obispos son, individualmente, el principio y fundamento visible de unidad en sus Iglesias particulares), é o que me fez preferir usar o artigo definido na tradução, invertendo o que se lê na tradução da Opus Dei. Deve-se lembrar que em 1950 o instituto secular Opus Dei dependia do bispo diocesano.

[4] É impossível aqui não fazer contraponto do ut videatur da Primum inter com o ut videam que Escrivá teria usado como jaculatória na década de 1920, segundo as biografias publicadas pela Opus Dei (por exemplo Vazquez de Prada v. 1 c. III n. 6 ou ainda Amigos de Deus n. 197). A Opus Dei exalta aquele ut videam, mas escondeu o ut videatur, porque ele favorecia um sentido eclesial da unidade de vida.

[5] O regulamento de 1941 da Opus Dei, ao explicar o espírito da Opus Dei na parte V, não fala em unidade de vida, e só de passagem cita a Igreja, dizendo que os sócios da Opus Dei servem a Igreja. Por isso pode-se supor que a unidade de vida, com um sentido eclesial, foi incluída na Primum inter pela Igreja, para corrigir exageros de Escrivá.

[6] quando a tradução diz que o aspecto duplo impulsa a unidade de vida, ela confunde causa com efeito. Porque aquilo que era um aspecto, ou seja, um sinal ou efeito, passou a ser motor ou impulsionador. Isso lembra Escrivá, que ora diz que a oração precede a ação (Caminho n. 82), para depois confundir trabalho com oração (Caminho n. 335). O descarte do papel avaliador da unidade de vida também lembra Escrivá, quando ele afirma que a Opus Dei nunca precisará de aggiornamento (Conversaciones n. 72).

[7] Por el estado de plena perfección que profesan y por la total consagración al apostolado que imponen, son evidentemente llamados, dentro de esa misma perfección y apostolado a más altas empresas que las que aparecen como suficientes para los fieles, incluso ejemplares, que trabajan en asociaciones meramente laicales o en Acción Católica y otras obras piadosas, Cum Sanctissimus n. 10.

[8] Historicamente a figura do instituto secular tem que ser entendida dentro do esforço que Pio XII realizou para falar as diversas categorias profissionais. Pio XII escreveu uma encíclica sobre o cinema e dentro dela dirigiu-se aos profissionais de cinema, e existe um livro inteiro compilado com palavras que Pio XII dirigiu aos engenheiros (Leo Haigerty, Pius XII and Technology, 1962). Apenas no período de 1947 a 1950, isto é, da Provida Mater Ecclesiae até a Primum inter, o site do Vaticano inclui, além de pelo menos 6 discursos de Pio XII para a Ação Católica, muitos outros para diversas categorias profissionais, por exemplo apicultores (27 novembre 1947), oftalmologistas (30 settembre 1947), professores (10 settembre 1948), cirurgiões (21 maggio 1948), operários (11 settembre 1949), médicos (29 settembre 1949), sanitaristas (27 juin 1949), editores (10 dicembre 1950), geofísicos (19 dicembre 1950), aeronautas (6 dicembre 1950), otorrinolaringologistas (15 ottobre 1950), ferroviários (3 ottobre 1950), administradores (5 agosto 1950). Eu nunca vi em Escrivá ou na Opus Dei traços desse ensino do papa, e isso me leva a crer que Escrivá não secundou esse esforço de Pio XII, até porque Escrivá não adentra nas realidades profissionais específicas. Ao invés disso, e para usar as palavras repetidas na Opus Dei, ele oferece a todas a mesma comida, porque tem apenas uma panela (cf. Amigos de Deus n. 294). Para não deixar pontos abertos, convém acrescentar que alguns autores discutem se a atitude de Pio XII era a estratégia adequada [9], e é um fato que a Igreja do Concílio Vaticano II repensou a relação com a cultura humana atual, como se vê na Gaudium et Spes, que eu depois compararei com o que Escrivá disse, principalmente no tema da liberdade. Porém isso não altera a questão histórica de qual foi o sentido da unidade de vida na Primum inter.

[9] João Batista Libânio diz numa entrevista que Ainda conheci estruturas hieráticas no pontificado de Pio XII, que lançava a imagem do poder eclesiástico onisciente e onipotente. Roma pronunciava-se sobre os mais diversos assuntos e com a consciência de dizer verdades inquestionáveis. Não se percebia sinal de dúvida ou perplexidade. Isso acontecia com duplo efeito. Positivamente, oferecia aos católicos fieis enorme segurança sobre temas desde a astronomia até a intimidade da vida conjugal. ler em www.ihu.unisinos.br

[10] Entrevista a Miguel Fisac Durante muchos años, la construcción de la Casa Central de Roma fue un asunto de la máxima importancia para Mons. Escrivá. Exigió una movilización general de todos los socios, para conseguir el dinero necesario. Se invirtieron millones y millones en lujos de muy poca calidad artística: pero a la manera Renacentista. Porque todos estos detalles frívolos eran para él de un interés capital.

[11] O conflito de interesse entre o bispo e o instituto (assim como também o conflito entre o estado e o instituto) sempre existiu na história das ordens religiosas. Porque o bispo tem a obrigação de atender as necessidades religiosas do povo, enquanto o religioso quer viver seu próprio carisma ou vocação. É um conflito sadio, na medida em que conduz os dois lados para uma solução de meio termo.

[12] Se glosa de esta forma el concepto de unidad de vida, la unión íntima e inseparable de la santidad con el apostolado Intervención de Encarnación Ortega Pardo, Congreso Nacional de Perfección y Apostolado, 1956.

[13] Atualmente, na prática organizacional, esse dilema da Opus Dei transparece em organizações reguladas por sistemas de qualidade, como ISO 9000, porque algumas delas também desenvolvem uma forte atitude defensiva em relação aos seus pontos de maior vulnerabilidade, definidos nos documentos que descrevem a sua missão ou os seus procedimentos.

[14] A Primum inter ao mencionar a unidade de vida, pretende falar do espírito do instituto, e portanto pressupõe o instituto. Ou seja, a Primum inter fala da unidade de vida que a Igreja espera da Opus Dei (cf. item "I." acima). Mas os estatutos de 1982 falam da unidade de vida que a Opus Dei espera do seu sócio. De fato, os adjetivos ascética, apostólica, social e profissional inseridos no texto em 1982 não podem ser aplicados a Opus Dei, porque faria pouco sentido falar da vida profissional da Opus Dei. Desse modo, a inserção daqueles quatro adjetivos no estatuto de 1982 também funcionou para desviar para o sócio eventuais compromissos relacionados com a unidade de vida que se deduzam do texto.







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