Hoje, dia 13 de Maio, numa televisão portuguesa (SIC) foi passada uma reportagem sobre Opus Dei
Ora a dita reportagem era um "louva Obra", elogiosa.
Foram entrevistadas duas chicas ex-membros que tiveram a coragem de dizer : uma saiu " porque se desenamorou..." e outra , "porque não tinha tempo para o seu desporto de eleição que era o surf"
É o máximo.
E lá andaram com o cilício para cima e para baixo, e um sacerdote a dizer que lhe custava mais fazer a sua cama do que usar o cilício...
E foi uma vergonha
E eu escrevi ao dito jornalista (periodista) o seguinte mail:
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Exmo Senhor
Assisti com o meu marido à reportagem por si conduzida sobre o Opus Dei. Fui cooperadora activa da Obra e o meu marido foi membro Agregado (celibatário, portanto)...
Se não vivêssemos num mundo com Internet até seria capaz de conceder o benefício...
Mas basta digitar no Google "Opus Dei" , para surgirem imediatamente sites com imensas informações que não as oficiais , emitidas pela prelatura - e que foram difundidas na reportagem.
Lamento informá-lo mas as duas pessoas entrevistadas na qualidade de ex-membros não expuseram aquilo que transforma a Obra na entidade CONTROVERSA de que se fala. E o senhor deve sabe-lo bem. Que confronto de ideias é que se produziu por esses testemunhos?
É verdade que os membros estabelecem um vínculo contratual com a prelatura no acto da sua admissão. Só que... NÃO SABEM A QUE SE COMPROMETEM.
Ninguém conhece as " linhas com que se vai cozer" para o resto da vida . Só mais tarde, paulatinamente, lhe irá ser revelado o tal " Plano inclinado " que não é nada mais nada menos que as coisas que desconhece e que irá ter de cumprir como membro.
De facto, não ouvi qualquer referência na reportagem aos documentos reguladores que não são conhecidos das entidades eclesiásticas. Só os directores têm acesso a eles. Também não ouvi qualquer referência à lista de livros proibidos - desta lista fazem parte alguns livros de RATZINGER - teólogo.
Autores como José Saramago, Jorge Amado estão arredados do contacto literário dos seus membros. NINGUÉM da prelatura pode ler um livro sem antes consultar o seu director, que por sua vez, consultará a citada lista.
Também não ouvi referência ao recrutamento entre adolescentes SEM O CONSENTIMENTO DOS PAIS.
NÃO OUVI FALAR DA DISCRIMINAÇÃO DAS MULHERES, QUE NÃO PODEM SER ELEITORAS DO PRELADO.
Este não é o único site que consegue congregar pessoas com um mesmo passado e experiência
Lamento, mas não me parece- de todo - que o rigor e a isenção desta reportagem tivessem sido acautelados.
Desculpe : Acha que ver um cilício ou umas disciplinas é realmente importante?
As queixas sobre Opus Dei são relativas à mortificação corporal?
As práticas questionáveis e que deixam a Obra realmente nervosa não se situam a esse nível. Lamento dizê-lo, mas por tanto mostrarem o cilício conseguiram manter incólume, intocado o que lhes interessa (Obra).
E a SIC colaborou NISTO.
Tenho amigos que não se importariam de prestar algum depoimento sobre a matéria . Ainda à pouco ao telefone mo confirmaram.
A Coordenadora do Site Opuslibros também forneceria outros dados realmente importantes.
Esperando que outras cadeias de televisão não cometam o mesmo erro e, em nome da verdade total, irei entrar em contacto com outros meios de comunicação social, dando-lhes a conhecer o conteúdo deste mail.
Despeço-me com os melhores cumprimentos
FÁTIMA FILIPE