Nempedronempaulo :
Saí do Opus Dei em 2003 e, depois de alguns anos, eu me considerava relativamente “curado” em relação aos 18 anos que passei lá dentro. No entanto, na última visita a minha casa, minha irmã numerária quis cobrar-me o rumo moral da minha vida, como se ela fosse minha diretora espiritual. Respondi a ela que se ela pretendia falar o que eu deveria fazer da minha vida, ela também deveria estar disposta a ouvir o que eu pensava sobre a sua vida no Opus Dei.
O fato é que, desde essa visita da minha irmã, o assunto do Opus Dei voltou a poluir meus sonhos e pesadelos.
Toda essa introdução só para contar um fato que veio à minha memória: quando eu aluno do Centro de Estudos, eu estava atendendo a portaria da Comissão Regional e, numa conversa de corredor, certa vez ouvi um diretor regional – durante anos, foi o defensor – que o conselheiro no Brasil fazia questão de usar sapatos de cromo alemão de uma marca específica, que era muito cara, por suposto. Não me lembro por que razão ele contava isso e nem recordo outros detalhes.
Mesmo depois de passados vários anos, eu me pergunto: que porra de pobreza é essa vivida por aquele que foi, durante décadas, o chefe do Opus Dei no Brasil?? Será que ele se considerava acima da virtude? E que outros tantos caprichos teria este senhor?
E o que mais me intriga: o defensor não via essa atitude do conselheiro como um capricho pessoal ou algo que era contrário à pobreza?
Nempedronempaulo
Publicado el Friday, 12 December 2014
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